Fusão
Economia- Clébio Medeiros

Pão de Açúcar, controlador do Extra, recebeu ontem a proposta
Em nota divulgada ontem, o BNDES considera a possibilidade de gastar sozinho até 2 bilhões de euros (R$ 4,5 bilhões) na operação.
A nova companhia, batizada de NPA (Novo Pão de Açúcar), que pode nascer da união das duas gigantes do varejo brasileiro, deve ser a maior acionista individual do Carrefour na França, com participação de 11,7%, se o acordo for aprovado por todos os acionistas do Grupo Pão de Açúcar e do Carrefour.
Na proposta apresentada à direção do Carrefour na França e aos acionistas do Grupo Pão de Açúcar, entre os quais o sócio francês Casino, consta que o BNDESPar está disposto a injetar 1,7 bilhão de euros (R$ 3,85 bilhões) na compra de ações da nova empresa. O BTG Pactual, por sua vez, pretende aplicar 300 milhões de euros (R$ 680 milhões) na NPA. Além disso, o BTG deu sinal verde a um financiamento de 500 milhões de euros (R$ 1,1 bilhão), com prazo de cinco anos e a taxas de mercado, para capitalizar a nova companhia.
"O Casino recebeu hoje (ontem) a proposta junto com Abilio (Diniz)", disse Pérsio de Souza, sócio da Estater, empresa responsável pela engenharia financeira para a fusão das duas empresas. Desde maio, o Casino, grupo francês que detém 36,9% do Pão de Açúcar e poderá exercer a opção de obter o controle acionário da empresa em 2012 segundo acordos já firmados, trava uma batalha jurídica contra o sócio brasileiro por causa das negociações secretas que ocorrem com o Carrefour, sem a sua anuência.
Ontem, o Casino divulgou uma nota na qual considera a proposta de união das duas empresas uma "transação financeira ilegalmente planejada entre o Carrefour e Abilio Diniz", que controla o Pão de Açúcar.
O BTG Pactual, que tem como um dos sócios Cláudio Galeazzi, ex-presidente do Pão de Açúcar, diz que se interessou pelo negócio há cerca de um mês, depois que as relações azedaram entre o Casino e o Pão de Açúcar.
Já o BNDESPar tinha demonstrado interesse pelo negócio há cerca de seis meses. O banco procurou o empresário Abílio Diniz por ter interesse em adquirir participação em empresas do varejo, contou Souza.
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