Setor industrial desaquece no país

Economia- Clébio Medeiros

A produção industrial brasileira está em queda, assim como a demanda interna, que cresce abaixo da expectativa. A avaliação é do gerente executivo de Pesquisa da Conferedação Nacional da Indústria (CNI), Renato da Fonseca, ao divulgar a Sondagem Industrial do mês de junho.

"Claramente vemos que as medidas de desaquecimento da demanda adotadas pelo Banco Central na área de juros e de crédito tiveram efeito. A competição com os importados e a valorização cambial têm tirado demanda que poderia estar indo para os produtos domésticos. Esses são os principais problemas", apontou Fonseca.

O desaquecimento se revela em vários indicadores, como o de estoque da indústria que, em junho, ficou em 52,3 pontos, superando os dois meses anteriores, que registraram 51,4 pontos. Entre os 26 setores da indústria, 17 apresentaram estoque elevado.

Os setores que mais sofrem com o desaquecimento da indústria são têxtil, calçadista e de máquinas e equipamentos. Segundo Fonseca, a Região Sul, por sediar muitas dessas indústrias, foi a que registrou os piores indicadores. "Os setores mais tradicionais, como vestuário, madeira, máquinas e equipamentos, que têm maior competição com os importados, sobretudo dos países asiáticos, estão sofrendo mais".

Apesar do cenário ruim, os empresários têm expectativa de que, no segundo semestre, haverá uma melhora. A expectativa de demanda para julho ficou com 61,9 pontos, motivada por fatores sazonais, como o Natal. "Pode ocorrer é que, em vez disso se refletir em uma maior demanda doméstica, se refletir em mais importação, não só de insumos, mas de produtos finais, competindo com a indústria", disse Fonseca. A pesquisa foi feita entre 1º e 15 de julho com 1.692 empresas de grande, médio e pequeno portes.

A CNI avalia que o segundo trimestre de 2011 mostra uma "evidente queda" na demanda por produtos industriais domésticos, impactando fortemente a indústria brasileira. "A queda na atividade industrial é evidente e contrasta com o desempenho do varejo. O cenário segue negativo, apesar do efeito sazonal positivo do fim do ano: o acúmulo indesejado de estoques e a maior dificuldade no acesso ao crédito sinalizam um cenário desfavorável para os próximos meses", informou documento da entidade distribuído a jornalistas.

Em junho do ano passado, o nível de atividade marcou 51,8 pontos "A atividade industrial está perdendo a força", resumiu o documento.

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