Operação da PF desarticula quadrilha suspeita de fraudar R$ 19 bi da Receita
A Policia Federal (PF) deflagrou
nesta quinta-feira (26) a Operação Zelotes, com o objetivo de
desarticular organizações que atuavam junto ao Conselho Administrativo
de Recursos Fiscais (Carf) — o antigo Conselho de Contribuintes da
Receita — manipulando o trâmite de processos e o resultado de
julgamentos. O prejuízo estimado aos cofres da União pode chegar a R$ 19
bilhões. Valor economizado pelas empresas envolvidas, segundo a PF.
Participam também da operação o Ministério Público Federal, a
Corregedoria do Ministério da Fazenda e a Receita Federal.
As
investigações começaram em 2013, quando foi descoberta uma organização
que "atuava no interior do órgão patrocinando interesses privados,
buscando influenciar e corromper conselheiros com o objetivo de
conseguir a anulação ou diminuir os valores dos autos de infrações da
Receita Federal". De acordo com a PF, servidores repassavam informações
privilegiadas obtidas dentro do conselho para escritórios de assessoria,
consultoria ou advocacia em Brasília, São Paulo e outras localidades,
para que estes realizassem captação de clientes e intermediassem a
contratação de “facilidades” dentro do Carf.
As investigações
identificaram que, em diversas ocasiões, foram constatados tráfico de
influência no convencimento de empresas devedoras ao fisco. "Eram
oferecidos manipulação do andamento de processo, pedidos de vista, exame
de admissibilidade de recursos e ainda decisões favoráveis no resultado
de julgamentos de recursos a autos de infrações tributárias, por meio
da corrupção de conselheiros", informou a PF.
Outra destaque da
investigação, segundo os agentes, é que o grupo utilizava outras
empresas para dissimular as ações e o fluxo do dinheiro, que era lavado,
retornava como patrimônio aparentemente lícito para estas empresas.
A
PF informou que os investigados responderão pelos crimes de advocacia
administrativa fazendária, tráfico de influência, corrupção passiva,
corrupção ativa, associação criminosa, organização criminosa e lavagem
de dinheiro.
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